18 dezembro 2007

A UMBANDA SEM MEDO E SEM MISTÉRIO






QUANDO SE FALA EM UMBANDA,ALGUNS LEIGOS PENSAM LOGO EM FAZER O MAL,EM PREJUDICAR O PRÓXIMO E COISAS DO GÊNERO,PORÉM SAIBAM QUE NOSSA QUERIDA UMBANDA NÃO SE PRESTA A TAIS COISAS.A UMBANDA FOI CRIADA PELO GUIA ESPIRITUAL CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS NO DIA 16/11/1908 PARA FAZER A CARIDADE TAL COMO O SENHOR JESUS FAZIA QUANDO PALMILHAVA ESTE MUNDO.A UMBANDA TEM COMO DOUTRINA CENTRAL O AMOR A DEUS E AO PRÓXIMO,E NUNCA FAZER MAL A QUAISQUER SERES DA NATUREZA.POR ISSO RESPEITAMOS OS SERES DAS MATAS, DOS MARES E DE TODOS OS REINOS DE NOSSO PLANETA.
NA UMBANDA O SACRIFÍCIO DE ANIMAIS É PROIBIDO.QUANDO VEMOS GALINHAS MORTAS EM ENCRUZILHADAS E OUTROS SACRIFÍCIOS DE ANIMAIS,SAIBAM QUE QUEM -LO NÃO É UMBANDISTA.
A UMBANDA NÃO É UMA RELIGIÃO QUE PROMETE MILAGRES,MAS AO INVÉS DISSO ENSINA QUE O VERDADEIRO MILAGRE ESTÁ NO CORAÇÃO DA HUMANIDADE.SERIA JUSTO E CORRETO OFERENDAR UMA ENTIDADE DE LUZ PARA QUE ELA NOS AJUDASSE AINDA QUE ESTIVÉSSEMOS TOTALMENTE ERRADOS?
NÃO TERIA O ORIXA,O CABOCLO OU O EXU CONHECIMENTO SUFICIENTE PARA SABER SE MERECEMOS OU NÃO SERMOS ATENDIDOS EM NOSSOS PEDIDOS?
IRMÃOS E AMIGOS,FUJAM DAS CASAS QUE PROMETEM MILAGRES A ALTOS CUSTOS.A UMBANDA É CARIDADE E DIFERENTE DE OUTRAS RELIGIÕES,AS QUAIS RESPEITAMOS,NÃO VENDE BÊNÇÃOS PAR
A NINGUÉM,OUTROSSIM ENSINAMOS A MUDAR O QUE PODE SER MUDADO E ACEITAR O QUE NÃO PODE SER MUDADO.
SABEMOS QUE O SENHOR JESUS NUNCA COBROU NADA PARA CURAR E ENSINAR.SENDO NÓS SEUS DISCÍPULOS DEVEMOS SEGUIR OS PASSOS DO MESTRE.
O APÓSTOLO PAULO ESCREVEU AOS GÁLATAS NO CAP.5 vers.25 E26:
"SE VIVEMOS EM ESPÍRITO ANDEMOS TAMBÉM EM ESPÍRITO,
NÃO SEJAMOS COBIÇOSOS DE VANGLÓRIAS,IRRITANDO-NOS UNS AOS OUTROS NEM INVEJANDO-NOS UNS AOS OUTROS".
ASSIM SENDO QUERIDOS IRMÃOS A UMBANDA ENSINA QUE DEUS SE MOSTRA NAS COISAS SIMPLES.PARA SER FILHO DE DEUS NÃO PRECISA SER RICO EM DINHEIRO,PORÉM RICO EM AMOR E BONDADE.
QUE DEUS VOS ABENÇOE E QUE A FORÇA DOS ORIXÁS VOS PROTEJAM.

ORAÇÃO AO SENHOR TRANCA RUA DAS ALMAS

Faço reverência a vós mistério sagrado da criação, vós que sois a manifestação do divino, peço que possa se manifestar entre nós, conforme nosso merecimento. No seu poder, na sua força, e na sua magnitude, pelo caminho tripolar que emana de vós, pelo caminho que só vós conheceis, pela força que só a vós pertenceis, e pelo poder de trancar a vós concedido, eu peço:
Que as trevas que habitam em mim sejam trancadas.
Que o ódio e o sentimento impuro, que emanam da minha alma, sejam trancados.
Que a falsidade que exala dos meus poros seja trancada.
Que o rancor e a miséria que habitam o meu coração sejam trancados.
Que a dissimulação e a superficialidade, que nasce da minha língua, sejam trancados.
Que o egoísmo e a maldade, que transcendem da minha mente, sejam trancados.
Que a palavra torta que sai da minha boca e o pensamento roto que sai da minha cabeça contra o próximo, sejam trancados.
Que a capacidade que os meus olhos têm de amaldiçoar e destruir sejam trancados.
E assim, fonte primária da criação, assim que trancar a tudo isso no seu âmago, pois é na vossa essência que tudo isso se desvitaliza, peço a vós que:
Destranque todas as portas do meu caminho.
Destranque todas as passagens da minha jornada.
Destranque toda prosperidade material e espiritual.
Destranque o meu coração das amarguras.
Destranque o meu sustento de cada dia.
Destranque os meus corpos espirituais e o meu corpo material da agonia, do desespero e da aflição que me assolam na calada da noite.
Destranque o meu emprego, o meu negócio e a minha morada material.
Destranque o martírio familiar pelo qual eu tenho passado.
Destranque os meus olhos para as maravilhas do mundo espiritual.
Destranque a minha liberdade!
Pois vós, Força Sagrada do Divino Criador, é o portador supremo da Vitalidade!
Salve o Mistério Tranca-Ruas!!!
Laroiê!!!

Senhor Tranca-Rua das Almas, senhor do sétimo grau de evolução da lei maior de Ogum, conhecedor de todas as magias e demandas praticadas por seres sem luz, interceda em meu caminho livrando-me de toda a energia que possa atrapalhar minha evolução; fazei de meus pensamentos uma porta fechada para a inveja, discórdia e egoísmo. Dos sete caminhos por ti ultrapassados, foi na rua que passou a ser dono de direito, abrindo as portas para os espíritos que merecem ajuda e evolução e fechando para os que querem praticar a maldade e a inveja contra seus semelhantes. Fazei meu coração mais puro que meus próprios atos; Fazei de minhas palavras a transparência da humildade; Fazei do meu corpo aparelho da caridade. Pois a teu lado demanda co-migo não existirá, estarei coberto por sua capa que protege e abriga seus filhos. Senhor Tranca-Ruas das Almas agradeço por tudo que me fizeste apren-der nesta vida e em outras que passei ao seu lado, rogo por vós a proteção para mim, para meus irmãos de fé, para minha família e porque não para meus inimigos Abençoe a guarde esses filhos que um dia entenderam o verdadeiro sentido da palavra Umbanda. Laroiê Exu !

ASSENTAMENTO DE CABOCLO

Materiais:07 pedras quartzo verde;07 charutos,01 alguidar médio;07 folhas de samambaia;01 quartinha branca macho pequena;Suco de caju (concentrado);01 vela 7 dias bicolor branco/verde.Despeje dentro da quartinha o suco de caju (concentrado). Coloque a quartinha no meio do alquidar. Envolta dela faça um ninho com as folhas de samambaia, acenda a vela na frente do alguidar. Intercale um charuto com uma pedra dentro do alguidar, por cima das folhas em círculo. Acenda todos charutos dando três baforadas na quartinha.Toda semana acenda ao menos uma vela palito verde. Na ocasião troque o líquido, pode permanecer no máximo 15 dias.Sempre que fizer esta firmeza semanal, pegue um dos charutos e dê três baforadas, concentrado nos pedidos e orações. Vá rotacionando os charutos. Estes charutos devem ser trocados de três em três meses bem como a samambaia.Oração de assentamento:“Divino Criador, Divinas Forças Naturais, Divinos Orixás, neste momento vos evoco e peço que imante este assentamento, consagre e o torne um portal por onde os caboclos do astral possam se manifestar, servindo de minha proteção e chave de acesso aos caboclos de acordo com o meu merecimento. Peço que a força dos caboclos esteja presente e receba minhas vibrações.”

PONTOS CANTADOS PARA SESSÃO DE EXU


PONTO DE ABERTURA

Santo Antônio que és de ouro fino
Suspende a bandeira e vamos trabalhar
Iniciando nossos trabalhos nós pedimos a proteção
A Deus pai todo poderoso e a Mãe da Conceição
Óh Rei, Oh Rei, Oh Rei
Oh Rei, Oh Rei
Oh Rei, Oh Rei Real
Rei Real Rei Real
Estão batendo na porta
A meu Deus quem será
É são Jorge o guerreiro
Ele veio trabalhar
Abre a porta Umbanda
Deixa então São Jorge entrar
Ele veio de Aruanda
Pra seus filhos salvar
Lá no mato tinha um toco
Que o machado não cortou
Era a espada de São Jorge
Que Arranca Toco plantou

HINO DA UMBANDA

Refletiu a luz divina
Com todo seu explendor
Vem do reino de Oxalá
Onde há paz e amor
Luz que refletiu na terra
Luz que relfetiu no mar
Luz que veio de Aruanda
Para todos iluminar
A Umbanda é paz e amor
É um mundo cheio de luz
É a força que nos dá vida
E a grandeza nos conduz
Avante filhos de fé
Como a nossa lei não há
Levando ao mundo inteiro
A bandeira de Oxalá
Levando ao mundo inteiro
A bandeira de Oxalá

SAUDAÇÃO A PAI OXALÁ

Oxalá velhinho
Oxalá camafodé
Oxalá de Oromilaia
Oxalá é da Umbanda
Quando sair o sol
Eu vou entrar nas matas
Vou falar com Oxóssi, Jurema, Oxóssi é caçador

SAUDAÇÃO A MÃE IEMANJÁ

Iemanjá mamãe Iemanjá
Mãe Iemanjá vamos saravá
É lá no mar
Quem toca na canoa passarinho voa
Quem manda lá no mar
É Iemanjá
Ela é rainha lá do mar
Mãe Iemanjá
Eu vou mandar flores pro mar
Pra Iemanjá
Rema reama lá no mar
Óh Iemanjá

SAUDAÇÃO A MÃE OXUM

O lírio que dá no campo
Na água nasce uma flor
Era flor de Oxum Pandá, Oxum Maré e Oxum Docô

SAUDAÇÃO AO CACIQUE PAI OGUM DA LUA

Pai Ogum mora na mata escura
Sentado num tronco ele olha e vê a lua
Um cobra venenosa, sucuri assobiou
Ogum da Lua lá na mata é vencedor

SAUDAÇÃO AO CACIQUE PAI OGUM BEIRA-MAR

A sua espada brilha ao raiar do dia
Ogum Beira Mar é filho da Virgem Maria
Ogum Beira Mar olha a maré
Beira Mar nas pontas do Humaitá

SAUDAÇÃO AO REI BELZEBUTH

Olha Belzebuth, Olha Belzebuth
Olha Belzebuth, Olha Belzebuth
Estão te chamando na Quimbanda, olha Belzebuth
Estão te chamando na Quimbanda, olha Belzebuth
Se Deus é bom
O Diabo não é mal
Ele matou um gato preto na figueira a meia noite
Olha Belzebuth
Ele matou um gato preto na figueira a meia noite
Olha Belzebuth

SEU SETE (PONTO DE CHAMADA)
Seu Sete chegou
Dando a sua gargalhada
Ele vem lá do Cruzeiro
Seu Sete chegou

O Seu Sete deu sete gargalhadas
Ele girou ele vai girar
Alupa ê Alupa ê Alupa á
Alupa ê Alupa ê Alupa á
Salve o Seu Sete Cruzeiro
Salve a sua encruzilhada
É quimbandeiro é, é quimbandeiro é
É quimbandeiro é, é quimbandeiro é

Caboclo Roxo comedor de carne crua
Firma seu ponto no meio da rua
Gira o Sol
Gira a Lua
Chegou Sete Encruza

No meio da Rua
Eu vinha vindo devagar devagar vim bem ligeiro
Para saudar a falange do Sete Cruzeiros
Gira o Sol
Gira a Lua
Chegou Sete Encruza
No meio da Rua

POMBA GIRA RAINHA DAS SETE ENCRUZILHADAS

Eu vi uma Leba na beira da estrada, uma Leba
Uma Leba
Uma moça bonita de saia rodada, uma Leba
Uma Leba
E a Leba girava e dava gargalhada, uma Leba
Uma Leba
É a Rainha da Sete Encruzilhadas, uma Leba
Uma Leba
Aruê aruandê
Exuê exuê
Aruê aruanda
Exú é mojubá, exú é mojubá


A Rainha chegou no reino
A Rainha no reino chegou

Ela vem lá do cruzeiro
Foi Seu Sete quem mandou

Ela sacudiu os ombros
Ela se balanceou

Ela vem lá do Cruzeiro
Foi Seu sete quem mandou

RAINHAS FAZEM OBRIGAÇÃO COM SEU SETE

Ela tem a cabeça coroada
E vem girando com sua saia rodada
Exú venham ver
A sua gargalhada
Exú venham venham ver
Rainha da Encruzilhada


SAUDAÇÃO AOS EXÚ DE FRENTE DO TERREIRO

Destranca Ruas destranca meu caminhos
Que foi trancado pelo povo pequenino
Destranca Ruas destranca meus cruzeiros
Que foi trancada pelo povo macumbeiro
Destranca seu Destranca que assim não vai ficar
E leva leva leva tudo pro fundo do mar


O sino da igrejinha faz bélem blem blão
O sino da igrejinha faz bélem blem blão
Deu meita noite e o galo já cantou
Destranca Ruas que é o dono da gira
E corre gira que Exú mandou
Destranca Ruas que é o dono da gira
E corre gira que Exú mandou
Ele é o Bará da rua
Bará Exú
Bará da rua
Saravá Destranca Ruas


Ele é Exú Tiriri Lanã
Lanã cadê o Tiriri
Ele veio de Aruanda
Foi Pra salvar filhos da Umbanda
Exú Tiriri Lanã


Eú mora na terra dourada
Onde não passa nada e nem brilha o sol
Ele é João Caveira é
Ele é o senhor das almas da calunga é
Ele é João Caveira é
Ele é o senhor das almas da calunga é


Deu meia noite é na terra é no mar
É no mar é na calunga é em todo lugar
Seu Meia Noite não tem hora pra chegar
Quando chega a meia noite chega em qualquer lugar


Comigo ninguém pode mas eu posso com tudo
Na minha encruzilhada eu me chamo Exú Veludo

Auê Exú Veludo seu cabrito deu um berro
Auê Exú Veludo seu cabrito deu um berro
Arrebentou cerca de arame
Estourou portão de ferro

Exú ganga Exú ganga é Marabô
Exú ganga Exú ganga é Marabô
Eu fui no mato gangá colher cipó gangá
Eu vi um bicho gangá de um olho só

Eu estou estou aqui
Quem é que me chamou
Eu sou eu sou Exú
Exú de Marabô

Se é Bará eu não sei
Se é Exú também não
Eu só sei que ele veio de lá
Para trazer a proteção
Corre corre Pomba-Gira
Deixa a Gira girar
Corre corre Pomba-Gira
Exú Bará vem trabalhar

CHAMADA DE TODOS OS EXÚS

Eu vou eu vou
Eu vou mandar chamar meu povo
Eu vou eu vou
Eu vou mandar chamar meu povo
Eu vou mandar chamar meu povo
Lá da sete encruzilhadas
Eu vou mandar chamar os exús
Sem exú não se faz nada

Eu vi as cobras se arrastando
Era os exús que estão se aproximando
Alalupe Arueira, Alalupe arueira,
Alalupe arueira o exú abre a porteira


RODA DE EXÚS

Exú Maré, Maré, Maré
Afirma o seu ponto levanta quatro pés
Afirma o seu ponto vem chegando Exú Maré

Marinheiro é hora, é hora de botar barco no mar
É céu, é terra é mar
Marinheiro olha as ondas do mar

La no portão do cemitério
Tem um pé de bananeira
Que se chama Exú Maré
Auê Exú Maré, Auê Exú Maré

Portão de ferro cadeado é de madeira
O dono da calunga ainda é Exú Caveira
Caveira, Caveira
O seu povo lhe chama pra trabalhar
Olha lá quem vem lá
Descendo a ladeira
Olha lá quem vem lá
É o Exú Caveira

Eu vinha caminhando e pedi benção
Pro velho Omulú atoto Obaluaê
Eu vinha caminhando e pedi benção
Pro velho Omulú atotô Obaluaê
Atotô Obaluaê
Atotô Baba
Atotô Obaluaê
Atotô Baba

Atotô Obaluaê Amazoquê
João Caveira é nosso rei
Atotô Obaluaê Amazoquê
João Caveira é nosso rei
Exú traz a proteção muita força e união, atotô aê
João Caveira é nosso rei
Atotô aê
João Caveira é nosso Rei
Atotô
Obaluaê

Exú da Meia Noite quando pega é pra matar
Faz magia negra vem com seu quaráquáquá
Auê quáquáquá
Que linda risada o Exú vai dar

Você não sabe onde eu moro
Você não vê o que eu vi
Lá no meio do cruzeiro
Ele é o Exú Tiriri
O Tiriri é um ser é belo
É um belo Exú

Papai gira
Mamãe gira
O lerê, lerê, lerê
Eu vou girar também
Gira mamãe
Gira papai
Filho que é filho de Umbanda não cai

Exú do Lodo do lodo ele é Lodê
Cadê esse Exú que agora eu quero ver

Seu Sete Covas Seu Sete Catacumbas
Exú do Lodo veio pra levar toda a macumba

Exú do Lodo que linda garoa
Que está caindo lá no cemitério
Chuva fina ou chuva miúda
Está molhando a sua catacumba
Tá tá tá
Catacumba tá tremendo

PONTOS DE EXÚS

O luar o luar Exú
O luar
Ele é dono da Rua
O luar
Quem cometeu as suas faltas o luar
O luar
Peça perdão ao Destranca Ruas
Tanto sangue derramado o luar
Derramado pelo chão
Quem cometeu as suas faltas o luar
O luar
Peça perdão ao Destranca Ruas

O lua, eu andava destraído pela rua a caminhar
Foi quando olhei para o céu
Eu vi o brilho do luar
O lua, só você é meu amigo pra você eu vou cantar
Vou te saudar na madrugada
Com todo o seu explendor
Só quem gira pelo dia e na noite
Sabe o que é a magia e o amor

Marabô aê, Marabô modibau exú
Olha a gira de Marabô ê
Olha gira de Marabô á
Cruz de ferro pó de mico
Saravá seu Marabô
Ele é chefe de terreiro
Na linha de Nagô
Marabô é chefe de terreiro
Na linha de Nagô

Exú louvei, Exú louvei as almas
Louvei a morada de exú louvei a noite e a madrugada
Saravá Exú Tiriri
Exú Rei da Encruzilhada
Na banda de Tranca Ruas
Tiriri foi coroado

Ele é capitão da encruzilhada ele é
Ele é ordenança de Ogum
Sua coroa que lhe deu foi Oxalá
Sua espada que lhe deu foi Omulú
Salve o Sol, Salve a Terra, Salve a Lua
Saravá Destranca Ruas que é o dono da gira no meio da rua

O seu Tatá chegou
Lá no alto da calunga
Exú já foi coroado
Com suas ponteiras de guerra
Ilumina o mundo
Ilumina o Mar
Ilumina as trevas
Cidade de Satanás

É Marabô é Marabô
É Marabô
Lá na calunga
Exú Marabô
E no portão
Exú Marabô
Na cruza das lamas
Exú Marabô
Neste terreiro onde ele nasceu e se criou
É Marabô é Marabô
É Marabô
Lá na calunga
Exú Marabô
E no portão
Exú Marabô
Na cruza das lamas
Exú Marabô
Salve Exú Maré, Tranca Ruas e Marabô
É Marabô é Marabô
É Marabô

Papai gira
Mamãe gira
O lerê, lerê, lerê
Eu vou girar também
Gira mamãe
Gira papai
Filho que é filho de Umbanda não cai

Cemitério é praça linda
Mas ninguém passeia lá
Depois da hora grande
João Caveira mora lá
Mora lá, mora lá
João Caveira mora lá

É de Bará Omulú
Olha ganga Exú é de Bará
É de Bará eléo eléo
Olha ganga Exú é de Bará

Omulú aê
Omulú á á
Atotô das almas
Omulú aê
Salve salve salve a calunga

Omúlu está na banda de nagué
É de nagué leô
Omulú tanajala
Na jala de laô

Omulú Omulú Obaluaê ao Exú
Omulú Omulú Obaluaê ao Exú

Eu vi sete facas de ponta
Em cima de uma mesa
Sete velas acesas
Lá na encruzilhada
Exú é Rei
Alupandê Exú
Exú é Rei lá nas sete encruzilhadas

Exú da meia noite
Exú da encruzilhada
Saravá ao povo de Aruanda
Sem Exú não se faz nada

A meu Rei
Ô ô ô
Minha vida é ser boemio
A meu Rei
Iluminai o meu terreiro
Foi no clarão da lua
Que ilumina a madrugada
Aê, ô aê
É que eu faço da rua eterna morada
Por que sou o Meia Noite
Eu sou filho da noite estrelada
Não sou homem de uma mulher só
Toda mulher é minha amada

Caveira eu estou te chamando
Caveira e todo o seu bando
É Tiriri é Marabô
Exú Rei da Encruzilhada
Salve o povo em Aruanda
Sem Exú não se faz nada
Eu falei agora
Agora vou falar da mulher
Mulher de Cabaré
Ô mulher, mulher
Maria Mulambo na lixeira
Maria Padilha na Calunga
Pomba Gira Rainha das Almas
Gira lá na catacumba

Pombinha voou
De cima de uma tumba
Eu vou chamar João Caveira
Caveirinha da Calunga

Caveira Caveirinha Caveira da meia noite
Caveira Caveirinha Caveira da Meia Noite

PONTOS DE POMBA-GIRA

Na sexta-feira eu vou levar na encruzilhada
Uma oferenda que pra todo mundo ver
Galinha preta com farofa amarela
Dendê em cima que é pra Gira trabalhar
Mas de quem é essa galinha
É da Pomba-Gira
Galinha preta não se deve depenar
Colocar dendê em cima e dar pra Gira trabalhar

Ina ina modibau ina ina modibau
Exú pomba-Gira é
Ina ina modibau ina ina modibau
Exú na ponta do pé

Iansã foi quem me deu força
Ela é rainha do camdomblé
Vamos saravá nossa rainha pomba-gira
Ela é exú mulher

Eu vou chamar todas as Marias
Maria Mulambo, Maria Quitéria e Maria Padilha

Auê Maria Padilha Maria padilha do cabaré
Afirma ponta curimba
Que ai vem chegando a mulher
É noite de cabaré, noite de cabaré
Exú Maria Padilha é essa mulher
Exú Maria Padilha vou contar o que coê fez
Matou um homem dormindo, uma criança e uma mulher
É noite de cabaré, noite de cabaré
Exú Maria Padilha é essa mulher

Você sabe quem sou eu
Eu giro ao meio dia
Eu giro a meia noite
Eu giro a qualquer hora
Você sabe quem sou eu você sabe quem sou
Eu sou Exú Mulher
Alupandê Pomba-Gira alupandê
Eu passei a noite inteira esperando por você

Ela é Maria Padilha
Mulher da máfia e também de Lucifer
Ela gira na noite escura
O seu feitiço está na ponta do seu garfo está debaixo do seu pé
Lhe chamam de leviana
Leviana eu sei que eu não sou
Leviana se perde no caminho
Eu sou feita de amor
Lhe chamam de leviana
E até mesmo mulher de cabaré
Mas a língua do povo não tem osso
Então deixa esse povo falar

Abre essa cova eu quero vê tremer
Abre essa cova eu quero ver balancear
Maria Padilha das Almas
O cemitério é o seu lugar
É no buraco que a Padilha mora
É no buraco que a Padilha vai morar

As sete covas se abriram
Peço licença para entrar
Sou Pomba-Gira Sete Saias
Sou eu que vou girar

Padilha o seu nome é lembrado demais
Padilha Exú Mulher
Tem nove homens na porta do cabaré
A Padilha tem nove homens na Porta do cabaré

Juraram de te matar
Na porta do cabaré
Tu és Pomba-Gira faceira
Tu és Pomba-Gira mulher
Tués a Maria espinho
Na cabeça de quem quer

Tenda teda iô Pomba-Gira tenda eró
Tenda teda iô Pomba-Gira tenda eró
A qui qui a nagorô a qui qui a nagorô
Aê aê o ganga
É de omuló
Ela é um farrapo só

Arreda homem que ai vem mulher
Ela é a Pomba-Gira rainha de Lucifer
Tranca Ruas vem na frente pra dizer quem ela é

Se você tem patuá e não sabe usar
Vai falar com a mulher que ela vai te ajudar
Alupandê pra Maria passar
Abre essa roda que a Mulambo vai girar

Moço você conhece aquela moça
Que trabalha no escuro
Catando osso
Osso por osso
Ela é Maria Mulambo
Ela é Maria mulher
Ela trabalha na figueira das almas
Ela é Maria Mulambo

GIRA DO AMOR

Não te quero um dia
Não te quero uma noite não
Eu te quero por toda a minha vida
A Mulambo sabe
A Padilha vê
A Quitéria comenta que eu amo você

Sete sete vezes chamei
Sete vezes chorei
Sete vezes te procurei
Pra te conquistar
Ser sua Rainha
Para sempre eu vou te amar

Eu volto ao jardim
Com a esperança de te encontrar
Eu falo com as rosas
Mas as rosas não falam
Simplesmente exalam
O perfume do amor

Rosa vermelha
Rosa vermelha encarnada é sagrada
Rosa vermelha pra Pomba-Gira da Sete Encruzilhadas
Ela vem girando, girando, girando e dando risada
Cuidado amigo ela está de saia rodada



PRECE DE CÁRITAS

Deus, nosso Pai, que sois todo poder e bondade, dai a força aqueles que passam pela provação, dai a luz aquele que procura a verdade, ponde no coração do homem a compaixão e a caridade.
Deus! Daí ao viajante a estrela guia, ao aflito a consolação, ao doente o repouso.
Pai! Daí ao culpado o arrependimento, ao Espírito a verdade, à criança o guia, ao órfão o pai.
Senhor! Que a vossa bondade se estenda sobre tudo que criastes. Piedade Senhor, para aqueles que Vos não conhecem, esperança para aqueles que sofrem. Que Vossa bondade permita aos Espíritos consoladores, derramarem por toda a parte a paz, a esperança e a fé.
Deus! Um raio, uma faísca de Vosso amor pode abrasar a Terra; deixai-nos beber nas fontes dessa bondade fecunda e infinita, e todas as lágrimas secarão, todas as dores se acalmarão. Um só coração, um só pensamento subirá até Vós, como um grito de reconhecimento e de amor. Como Moisés sobre a montanha, nós Vos esperamos com os braços abertos, Oh bondade; Oh beleza; Oh perfeição e queremos de alguma sorte merecer a Vossa misericórdia.
Deus! Dai-nos a força de ajudar o progresso a fim de subirmos até Vós, dai-nos a caridade pura, dai-nos a fé e a razão, dai-nos a simplicidade que fará das nossas almas o espelho onde se refletirá a Vossa imagem.
Assim Seja!

ESTUDO DE UMBANDA


Em fins do século passado, existiam, no Rio de Janeiro, várias modalidades de cultos que denotavam, nitidamente, a origem africana, embora já bem distanciadas da crença trazida pelos escravos. A magia dos velhos africanos, transmitida oralmente, através de gerações, desvirtuara-se mesclada com as feitiçarias provindas de Portugal onde, existiram sempre os feitiços, as rezas e as superstições.

As “macumbas” – mistura de catolicismo, feiticismo negro e crenças nativas – multiplicavam-se; tomou vulto a atividade remunerada do feiticeiro; o “trabalho feito” passou a ordem do dia, dando motivo a outro, para lhe destruir os efeitos maléficos; generalizaram-se os “despachos”, visando obter favores para uns e prejudicar terceiros; aves e animais eram sacrificados, com as mais diversas finalidades; exigiam-se objetos raros para homenagear entidades ou satisfazer elementos da baixo astral. Sempre porém, obedecendo aos objetivos primordiais: aumentar a renda do feiticeiro ou “derrubar” os que não se curvassem ante os seus poderes ou pretendessem fazer-lhe concorrência. Os Mentores do Astral Superior, porém, estavam atentos ao que se passava. Organizava-se um movimento destinado a combater a magia negativa que se propagava assustadoramente; cumpria atingir, de início, as classes humildes, mais sujeitas às influências do clima de superstições que reinava na época.
( “Enquanto isto, no plano terreno surge, no ano de 1904, o livro Religiões do Rio, elaborado por "João do Rio", pseudônimo de Paulo Barreto, membro emérito da Academia Brasileira de Letras.No livro, o autor faz um estudo sério e inequívoco das religiões e seitas existentes no Rio de Janeiro, àquela época, capital federal e centro socio-político-cultural do Brasil. O escritor, no intuito de levar ao conhecimento da sociedade os vários segmentos de religiosidade que se desenvolviam no então Distrito Federal, percorreu igrejas, templos, terreiros de bruxaria, macumbas cariocas, sinagogas, entrevistando pessoas e testemunhando fatos. Não obstante tal obra ter sido pautada em profunda pesquisa, em nenhuma página desta respeitosa edição cita-se o vocábulo Umbanda, pois tal terminologia era desconhecida.”)
Formaram-se então, as falanges de trabalhadores espirituais, que se apresentariam na forma de Caboclos e Pretos Velhos, para mais facilmente serem compreendidos pelo povo. Nas sessões espíritas, porém, não foram aceitos: identificados sob essas formas, eram considerados espíritos atrasados e suas mensagens não mereciam nem mesmo uma análise. Acercaram-se também dos Candomblés e dos cultos então denominados “baixo espiritismo”, as macumbas. É provável que, nestes, como nos Batuques do Rio Grande do Sul, tenham encontrado acolhida, com a finalidade de serem aproveitados nos trabalhos de magia, como elementos novos no velho sistema de feitiçaria.

A situação permanecia inalterada, ao iniciar-se o ano de 1900.

As determinações do Plano Astral, porém, deveriam cumprir-se:

Em 15 de novembro de 1908, compareceu a uma sessão da Federação Espírita, em Niterói, então dirigida por José de Souza, um jovem de 17 anos de tradicional família fluminense. Chamava-se ZÉLIO FERNANDINO DE MORAES. Restabelecera-se, no dia anterior, de moléstia cuja origem os médicos haviam tentado, em vão, identificar. Sua recuperação inesperada por um espírito causara enorme supressa. Nem os doutores que o assistiam nem os tios, sacerdotes católicos, haviam encontrado explicação plausível. A família atendeu, então, à sugestão de um amigo, que se ofereceu para acompanhar o jovem Zélio à Federação.
Zélio foi convidado a participar da Mesa. Zélio sentiu-se deslocado, constrangido, em meio àqueles senhores. E causou logo um pequeno tumulto. Sem saber por que, em dado momento, ele disse: “Falta uma flor nesta casa: vou buscá-la”. E, apesar da advertência de que não poderia afastar-se, levantou-se, foi ao jardim e voltou com uma flor que colocou no centro da mesa. Serenado o ambiente e iniciados os trabalhos, manifestaram-se espíritos que se diziam de índios e escravos. O dirigente advertiu-os para que se retirassem. Nesse momento, Zélio sentiu-se dominado por uma força estranha e ouviu sua própria voz indagar por que não eram aceitas as mensagens dos negros e dos índios e se eram eles considerados atrasados apenas pela cor e pela classe social que declinavam. Essa observação suscitou quase um tumulto. Seguiu-se um diálogo acalorado, no qual os dirigentes dos trabalhos procuravam doutrinar o espírito desconhecido que se manifestava e mantinha argumentação segura. Afinal um dos videntes pediu que a entidade de identificasse, já que lhe aparecia envolta numa aura de luz.
Se querem um nome – respondeu Zélio inteiramente mediunizado – que seja este: eu sou o CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS, porque para min não haverá caminhos fechados.
E, prosseguindo, anunciou a missão que trazia: estabelecer as bases de um culto, no qual os espíritos de índios e escravos viriam cumprir as determinações do Astral. No dia seguinte, declarou ele, estaria na residência do médium, para fundar um templo, que simbolizasse a verdadeira igualdade que deve existir entre encarnados e desencarnados.
Levarei daqui uma semente e vou plantá-la no bairro de Neves, onde ela se transformará em árvore frondosa.
No dia seguinte, 16 de novembro de 1908, na residência da família do jovem médium, na Rua Floriano Peixoto, 30 em Neves, bairro de Niterói, a entidade manifestou-se pontualmente no horário previsto – 20 horas.
Ali se encontravam quase todos os dirigentes da Federação Espírita, amigos da família, surpresos e incrédulos, e grande número de desconhecidos que ninguém poderia dizer como haviam tomado conhecimento do ocorrido. Alguns aleijados aproximaram-se da entidade, receberam passes e, ao final da reunião, estavam curados. Foi essa uma das primeira provas da presença de uma força superior.
Nessa reunião, o CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS estabeleceu as normas do culto, cuja prática seria denominada “sessão” e se realizaria à noite, das 20 às 22 horas, para atendimento público, totalmente gratuito, passes e recuperação de obsedados. O uniforme a ser usado pelos médiuns seria todo branco, de tecido simples. Não se permitiria retribuições financeiras pelo atendimento ou pelos trabalhos realizados. Os cânticos não seriam acompanhados de atabaques nem de palmas ritmadas.
A esse novo culto, que se alicerçava nessa noite, a entidade deu o nome de UMBANDA, e declarou fundado o primeiro templo para sua prática, com a denominação de tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, porque: “assim como Maria acolhe em seus braços o Filho, a Tenda acolheria os que a ela recorressem, nas horas de aflição”.
Através de Zélio manifestou-se, nessa mesma noite, um Preto Velho, Pai Antônio, para completar as curas de enfermos iniciadas pelo Caboclo. E foi ele quem ditou este ponto, hoje cantado no Brasil inteiro:
“Chegou, chegou, chegou com Deus,
Chegou, chegou, o Caboclo das sete Encruzilhadas”.
A partir desta data, a casa da família de Zélio tornou-se a meta enfermos, crentes, descrentes e curiosos. Os enfermos eram curados; os descrentes assistiam as provas irrefutáveis; os curiosos constatavam a presença de uma força superior; e os crentes aumentavam dia a dia.
Cinco anos mais tarde, manifestou-se o Orixá Malé, exclusivamente para a cura de obsedados e o combate aos trabalhos de magia negra.
Passados dez anos, o CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS anunciou a Segunda etapa de sua missão: a fundação de sete templos, que deveriam constituir o núcleo central para a difusão da UMBANDA.
A Tenda da Piedade trabalha ativamente, produzindo curas, principalmente a recuperação de obsedados, considerados loucos, na época. Já então se contavam às centenas as curas realizadas pela entidade, comentadas em todo o Estado e confirmadas pelos próprios médicos, que recorriam a Tenda, em busca da cura dos seus doentes. E o Caboclo indicava, nas relações que lhe apresentavam com nome dos enfermos, os que poderia curar: eram os obsedados, portadores de moléstias de origem psíquica; os outros, dizia ele, competia à medicina curá-los. Zélio, já então casado, por determinação da entidade, recolhia os enfermos mais necessitados em sua residência, até o término do tratamento astral. E muitas vezes, as filhas, Zélia e Zilmeia, crianças ainda, cediam o seu aposento e dormiam em esteiras, para que os doentes fixassem bem acomodados.
Nas reuniões de estudo que se realizavam às quintas-feiras , a entidade preparava os médiuns que seriam indicados, posteriormente, para dirigir os novos templos. Fundaram-se, as Tendas Nossa Senhora da Guia, Nossa Senhora da Conceição, Santa Bárbara, São Pedro, Oxalá, São Jorge e São Jerônimo.
Pouco depois, a UMBANDA começou a expandir-se pelos Estados. Em São Paulo, fundaram-se, na Capital, 23 tendas e 19 em Santos. E, a seguir, em Minas Gerais, Espírito Santo, Rio Grande do Sul. Em Belém, fundou-se a Tenda Mirim de São Benedito.
Confirmava-se a frase pronunciada na Federação Espírita: “Levarei daqui uma semente e vou plantá-la no bairro de Neves, onde ela se transformará em árvore frondosa”.
Em 1937, os templos fundados pelo CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS reuniram-se, criando a Federação Espírita de Umbanda do Brasil, posteriormente denominada União Espiritualista de Umbanda do Brasil. E em 1947, surgiu o JORNAL DE UMBANDA que, durante mais de vinte anos, foi um órgão doutrinário de grande valor. Zélio de Moraes instalou federações umbandistas em São Paulo e Minas Gerais.

SEUS PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS:
15 de novembro de 1908 – Zélio de Moraes, então com dezessete anos, mediunizado com uma entidade que deu o nome de Caboclo das Sete Encruzilhadas, funda, em Neves, subúrbio de Niterói, o primeiro terreiro de Umbanda. Usa pelo primeira vez o vocábulo UMBANDA, e define o movimento religioso como: “Uma manifestação do espírito para a caridade”.
Novembro de 1918 – O Caboclo das Sete Encruzilhadas dá início à fundação de sete Tendas de Umbanda. Todas as Tendas foram fundadas no Rio de Janeiro.
Ano de 1920 – A Umbanda espalha-se pelos Estados de São Paulo, Pará e Minas Gerais. Em 1926 chega ao Rio Grande do Sul e em 1932 em Porto Alegre.
Ano de 1939 – Os Templos fundados pelo Caboclo das Sete encruzilhadas reuniram-se, criando a federação Espírita de Umbanda do Brasil, posteriormente denominada União Espiritualista de Umbanda do Brasil, incorporando dezenas de outros terreiros fundados por inspiração de “entidades” de Umbanda que trabalhavam ativamente no astral sob a orientação do fundador da Umbanda.
Outubro de 1941 – Reúne-se o Primeiro Congresso de Espiritismo de Umbanda. Outros Congressos havido posteriormente retiraram acertadamente o nome espiritismo que, de fato, pertence aos espíritas brasileiros, os quais seguem a respeitável doutrina codificada por Alan Kardec. Em suma, o espírita pratica o espiritismo; na Umbanda pratica-se o Umbandismo.
Dia 12 de setembro de 1917 – Criado na cidade do Rio de Janeiro o primeiro organismo de caráter nacional. Tomou nome de CONDU – Conselho Nacional Deliberativo de Umbanda – que contam-se atualmente mais de 46 Federações, de norte a sul do país, reunindo representantes de mais de 40.000 Terreiros de Umbanda.
Novembro de 1978 – Surge o livro Fundamentos de Umbanda, Revelação Religiosa – portador de mensagens do astral, trazendo, por fim, após 70 anos de existência da Umbanda, as bases teológicas e norteadoras da doutrina umbandista, com fundamentos integrais da nova religião e sua verdadeira origem. O livro expõe a estrutura básica do movimento religioso, no sentido de elevar a Umbanda à justa posição de RELIGIÃO eminentemente brasileira.
Decorridos setenta anos de existência da Umbanda no Brasil, compreendidos entre 1098 / 1978, passou este curto espaço de tempo, porém significativo, a ser conhecido entre os estudiosos da causa como Período - Propagação da única e genuína força de credo, nascido neste século, em terras brasileiras.
Certamente que Zélio de Moraes, famoso médium já desencarnado, não iria supor que passadas menos de seis décadas, aquela crença, nascida no modesto bairro de Neves, fosse classificada, entre as religiões existentes, como a Segunda do país, comportando mais de vinte milhões de seguidores, num crescendo espantoso de fiéis, apesar das perseguições policiais a que foi submetida, das intrigas da religião majoritária, além do completo descaso de todos os governos até a data atual, mesmo tratando-se de uma preferência natural, espontânea, de mais de um sexto da população. Hoje, o movimento mágico e religioso da Umbanda estende-se por todo o Brasil, professado como pobreza e humildade, sem proselitismo, sem explorações na magra bolsa do povo, sem dízimo compulsórios, mistérios mistificantes e regular envio a “royalties da fé” para o exterior.
Embora a Umbanda se apresente, muitas vezes, uma tanto desfigurada, com nuanças religiosas, reconhecemos que isso decorre desse período-propagação, no afã de conquistar almas, ainda que respeitando ambientes regionais. E nunca deixou, através das verdadeiras guias, de oferecer amparo prático, ajuda, orientação e, sobretudo, de inspirar o desejo de reascendimento dos corações que dela se socorrem, apontando sempre a eterna chama da esperança de dias melhores, calcados, naturalmente, na ação correta de cada instante, na cordura, no companheirismo e na fraternidade.
Os mentores da Umbanda, sediados na Aruanda (cidade localizada no plano astral), já determinaram sabiamente o procedimento normativo, religioso para os setenta anos vindouros, 1979/2049, como sendo o período de Afirmação Doutrinária. Obviamente, a doutrina de Umbanda ficará como ponto essencial para a estabilidade e perpetuação desse movimento, na forma digna, ensejada pelo estudo constante, a par do esforço sincero de cada devoto, no sentido de conduzir a Umbanda, no plano físico, a um merecido status de religião organizada, a serviço da comunidade religiosa nacional.
No imenso campo místico da nossa terra, onde proliferam, abundantemente, conceituações religiosas diversas, algumas das quais exóticas, cheias de superstições, interpretações confusas e duvidosas, mercantilismo, fanatismo, mistificações, “curas divinas” e desonesto profissionalismo pastoral, a Umbanda, sobranceira, erguerá seu edifício religioso, tendo como obreiros da primeira e da undécima hora, devotos excepcionais, médiuns sinceros, babalorixás e ialorixás honestos que, há muito, já assumiram posição na hierarquia de responsabilidade e trabalho, côncios de que a quantidade será relegada a segundo plano, em proveito da qualidade, e convictos de que, em matéria doutrinária, não pode nem deve haver transigências oportunistas, confirmando-se, desse modo, que “Umbanda é coisa séria para gente séria".
Umbanda, sendo a única religião criada no Brasil, não pode ser dividida. Quem tiver esta pretensão cairá no ridículo. A nossa religião deve ser tratada com todo carinho, amor, serenidade e estudo, sobretudo com a renovação de caráter dos que a professam para que a mesma possa espelhar a grandeza de sua doutrina. A Umbanda se sente desmerecida com o tratamento que lhe dispensam boa parte de terreiros onde se vê mais animismo do que mediunismo; mais interesses cúpidos do que magias; mais deslealdades do que autenticidades; mais personalismo do que espiritismo.
O sacrifício de animais (oferenda de sangue) nunca foi, não é e nem será ritual de Umbanda. Não cobrar, não matar, usar o branco, evangelizar e utilizar as forças da natureza são rituais de Umbanda. Portanto, podemos afirmar que a Umbanda é produto da evolução espiritual ou religiosa. Suas origens estão contidas nas filosofias orientais, fonte inicial de todos os cultos do mundo civilizado, que implantada em nossa terra, reuniu-se as práticas dos conceitos e crenças do índio, branco e negro.
Cavalcante Bandeira reporta-se aos mestres do idioma africano, citando o vocábulo umbanda como: “Arte de curar”, “Magia”, “Faculdade de curar por meio da medicina natural ou sobrenatural”; ou ainda “Os sortilégios que, segundo se presume, estabelecem e determinam a ligação entre os espíritos e o mundo físico”. O vocábulo “Umbanda” só pode ser identificado dentro das qualificadas línguas mortas. Todavia, entre os angolenses existe o termo “Quimbanda”, que significa “sacerdote, invocador de espíritos”, firmado no radical mbanda , conservado através de milênios, legado de tradição oral da raça africana, o qual é uma corruptela do original u-banda ou aum-bandhã.
“Toda essa complexa Mistura, que o leigo chama de macumba, baixo espiritismo, magia negra, envolvendo práticas fetichistas e barulhentas... era a situação existente, quando surgiu um vigoroso movimento de luz, ordenado pelo astral superior, feito pelos espíritos que se apresentavam como Caboclos, Pretos Velhos e Crianças. Surgiram práticas as mais confusas e desordenadas, envolvendo oferendas com sacrifício de animais, sangue, etc., e por isso tudo fez-se imprescindível um novo movimento dentro desses cultos ou de sua massa de adeptos, feito pelos espíritos carminantes afins a essa massa e pelos que, dentro de afinidades mais elevadas, se aplicam no amor e na renúncia em prol da evolução de seus semelhantes, o qual foi lançado através da mediunidade de uns e outros pelos Caboclos e Pretos Velhos, com o nome de Umbanda. O termo umbanda que eles implantaram no meio para servir de bandeira a essa poderosa corrente (ensinaram que) é um termo litúrgico, sagrado, vibrado, que significa, num sentido mais profundo, o conjunto das leis de Deus”.
A Umbanda é um “movimento mágico religioso”, genuinamente brasileiro, e a sua finalidade primordial como religião é a de despertar anseios de espiritualidade na criatura humana. Para que esse despertamento se faça, torna-se necessário um permanente estado de religiosidade, onde toda vivência é baseada na compreensão e plena sensibilidade (não sentimentalismo), para com tudo e todos que nos cercam e compõem a humanidade.
A Umbanda é uma doutrina espiritualista como o Espiritismo, o Catolicismo, o Esoterismo, etc... o que não impede de haver entre elas diferenças essenciais que lhe dão características próprias. É resultante natural da fusão espiritual das raças branca, índia e negra.
Sua lei principal é resumida numa só palavra: CARIDADE – no sentido do amor fraterno em benefício dos seus irmãos encarnados, qualquer que fosse a cor, a raça, o credo e a condição social, não podendo haver ambicioso, vaidoso, mistificadores, pois estes, mais cedo ou mais tarde, são afastados da Umbanda pelos espíritos de luz.

Seu Mestre Supremo: JESUS (Filho de Deus)
Suas Normas: Sessões – Assim se chamariam os períodos de trabalhos espirituais;
Vestes – Os participantes estariam uniformizados de Branco
Sacrifícios – Os sacrifícios de aves e animais é totalmente alheio à Umbanda;
Fundamento básico – É a crença ou culto aos espíritos evoluídos;
Atendimento – GRATUITO

Origem da palavra "UMBANDA"
Oriunda do Sânscrito ( a mais antiga língua da Terra-raiz mestra dos demais idiomas existentes no mundo), que se pode traduzir por “DEUS AO NOSSO LADO” ou “O LADO DE DEUS”.
ou
UM – Deus (único) – Deus, o supremo espírito.
BANDA – Povo da Terra – Grupo ou Facção.

exu E pOMBAS gIRAS:

0s guardiões do terreiro, Entidades de segurança nos Templos de Umbanda

Temos que começar a mudar nossos conceitos de Exú e Pomba Gira. Vamos a partir de agora ver o Exú e a Pomba Gira como aquela polícia que guarda e toma conta das ruas obedecendo sempre uma hierarquia de comando, que é o Exú chefe do Terreiro, e acima dele os guias chefes da Casa. Podemos também ver os Exús como aqueles lixeiros alegres que passam pelas ruas recolhendo toda a “sujeira”. Vêm com brincadeiras e algazarras, mas fazem um trabalho enorme em benefício da sociedade, que diga-se de passagem é muito pouco reconhecido. E as Pomba-giras seriam as “margaridas” mulheres que trabalham também na limpeza de nossas ruas e nossa cidade, exercendo a sua profissão com presteza e determinação. Assim como devemos ter um conceito mais respeitoso do Exú, devemos também dedicar mais respeito aos trabalhos das Pombas Giras, deixando de encará-las como mulheres vulgares e da vida, que só vêm “para arranjar casamento” ou o que é pior, para desfazer casamentos...Isto é uma coisa absurda e vulgar... O trabalho da Pomba Gira é sério. É também um trabalho de descarrego, de limpeza, de união entre as pessoas. De abertura dos caminhos da vida, seja do ponto de vista material, mental ou espiritual.
O que é esse lixo? Nossos pensamentos negativos. Nossa sociedade desigual, perversa e preconceituosa. Nossas ações. Nossas emoções negativa se sobrepondo à nossa capacidade de amar.
Por isso devemos respeitar ao máximo o trabalho dos Exús, levando-os a sério e não os desrespeitando e nem os menosprezando.
Sabendo que a religião de Umbanda , segundo o Caboclo das Sete Encruzilhadas é “A manifestação do espírito para a prática da caridade”, qual a principal função desempenhada pelos Exús nos nossos Templos, Terreiros, Casas ou Centros?
Na Umbanda o Exú é uma Entidade (alma) que cuida da Segurança da casa e de seus médiuns. Todas as religiões tem entidades que cumprem esse papel. Um bom exemplo disso são as comunicações recebidas por Chico Xavier e Divaldo Franco mostram a existência desses espíritos trabalhando também no Plano Astral *.
A reunião de Exú ou Gira de Exu tem como finalidade descarregar os médiuns e os consulentes. Unindo suas energias eles são capazes de entrar em contato e orientar mais facilmente com almas que ainda não encontraram um caminho. Estas almas vivem entre os encarnados, prejudicando-os, obsidiando-os e até mesmo trazendo-lhes um desequilíbrio tão grande que são considerados loucos. Para este trabalho eles necessitam muito de nosso equilíbrio e de nossa energia, Nosso equilíbrio é utilizado por eles momento em que as entidades sofredoras se manifestarem com ódio, rancor, raiva, nós tenhamos bons pensamentos e sentimos verdadeiros de amor e harmonia para que desta maneira as desarmemos e não as deixemos tomar conta da situação e quem sabe até as persuadir a mudarem de caminho libertando-se assim do encarnado ao qual está ligada; nossa energia é utilizada em casos em que estas almas estão sofrendo com o desencarne, tristes, com dores, humilhadas, desorientadas, assim eles transformam as nossas energias em fluidos balsâmicos que as ajudam, em muito, na sua recuperação. Muitas destas almas desorientadas não conseguem nem se aproximar dos Terreiros de Umbanda pois os Exús da Tronqueira ficam encarregados de fazerem uma triagem liberando a passagem apenas das almas que eles percebem já estarem prontas para o socorro **, ou seja, prontas para seguirem um novo caminho longe do encarnado ao qual estava apegada. Este trabalho de separação é feito por eles com muito empenho e seriedade e será muito melhor sucedido se o encarnado der continuidade ao mesmo, quando menos melhorando os seus pensamentos e se livrando da negatividade e do medo. Os Exús são almas que riem, fazem troça, mas não brincam em serviço. Por este motivo, gostaríamos que os médiuns da Casa Branca de Oxalá tivessem por eles o maior respeito e consideração, pois são eles são os nossos guardiões e da Gira, reponsabilizando-se pela limpeza dos fluidos ou energias mais pesadas. Cada pessoa que entra em uma casa de Umbanda traz consigo seu saco de lixo cheio (são seus pensamentos, suas raivas, suas desilusões...) e são os Exús os trabalhadores encarregados de juntarem todos estes sacos para descarregar, dando a cada um de nós a oportunidade de diminuirmos o nosso lixo e facilitando nossas próximas limpezas. Cada vitória nossa é para estas Almas trabalhadoras um passo no caminho do desenvolvimento.

A SAUDAÇÃO AOS EXUS
A saudação ao Exú é LARÓYÈ = salve , que também quer dizer salve compadre, boa noite “moça”.
Exú é MOJUBÁ - Moju ( Viver a noite ) Bá ( armar emboscadas) ou seja “armar emboscadas vivendo a noite”. Mas na Umbanda o trabalho dos Exús é o de guardião. Assim ao cumprimenta-lo estamos dizendo: Salve aquele que vive à noite e que arma emboscadas. Assim estamos reconhecendo seu poder e ao mesmo tempo estamos pedindo “Àquele que vive a noite, que nos livre das emboscadas”.
Transcreveremos para vocês uma parte de uma entrevista gravada com o Sr. Zélio Fernandino de Morais no dia 22 de outubro de 1970, que faz algumas referências aos Exus. Fita de Nº 50 da Biblioteca da Casa Branca de Oxalá.Gravação feita com a voz de Zélio de Moraes,quem aniunciou a Umbanda ( Caso haja interesse em aprofundar neste assunto,escreva para
vianasolano@uol.com.br)

1- Pergunta: Sr. Zélio, eu gostaria de fazer uma pergunta, é sobre o trabalho dos Exús. Existem tendas que dão consultas com Exús em dias especiais além das consultas normais de Pretos Velhos e Caboclos. Como o Sr. vê isso?
Zélio: Eu sei disto, que há muitas tendas que trabalham com Exús, eu não gosto porque é muito fácil se manifestar com Exú, qualquer pessoa médium, um mal médium se manifesta com Exú, basta ter um espírito atrasado; ou também fingindo um espírito, por isso não gosto e fujo disto, na minha tenda não se trabalha com Exú por qualquer motivo
( Nesta pergunta, quando o Sr. Zélio diz “na minha tenda não se trabalha com Exú por qualquer motivo”, pode-se notar então que o trabalho do Exú é um trabalho “especial” e que não está aí para ser mistificado, por isso deve-se ter respeito e preservá-lo.)

2- Pergunta: Mas o Sr. não considera o Exú um espírito trabalhador como todos os outros Orixás?
Zélio: Depois de despertado, porque o Exú é um espirito admitido nas trevas, depois de despertado, que ele dá um passo no caminho da regeneração é fácil ele trabalhar em benefício dos outros. Assim eu acredito no trabalho do Exú.
( Nesta pergunta, quando o Sr. Zélio diz “depois de despertado, que ele dá um passo no caminho da regeneração é fácil ele trabalhar em benefício dos outros”, pode-se notar que estas almas pretendem um local melhor, pretendem uma posição melhor e para isto escolheram o trabalho da caridade nas casas de Umbanda.)

3- Pergunta: Não haverá casos em que outros Orixás vibrando em outras linhas não possam resolver de imediato alguns problemas de filhos e , não seria o Exú aí o mais indicado para resolver, por estar mais perto materialmente, por estar mais aceito nos trabalhos materiais?
Zélio: O nosso chefe, “o Caboclo das Sete Encruzilhadas” nos ensinou assim, isto faz 60 anos, que o Exú é um trabalhador. Como na polícia tem soldado, o chefe de polícia não prende, o delegado não prende, quem prende são os soldados, cumprem ordens dos maiorais, então o Exú é um espírito que se encosta na falange, que aproveita para fazer o bem, porque cada passo para o bem que eles fazem vai aumentando a sua luz, de maneira, que é despertado e vai trabalhar, que dizer, vai pegar, vai seduzir este espírito que está obsedando alguém, então este Exú vai evoluir. É assim que o Caboclo das Sete Encruzilhadas nos ensinava.

4- Pergunta: De que modo o Exú é um auxiliar e não um empregado do Orixá ou vice-versa?
Zélio: Eu não digo empregado, mas é um espírito que tende a melhorar, então para ele melhorar ele vai fazer a caridade junto com as falanges, correndo em benefício daqueles que estão obsidiados, despertando e ajudando a despertar o espírito para afasta-lo do mal que ele estava fazendo, então ele se torna um auxiliar dos Orixás.
( Nestas duas perguntas ele deixa claro que os Exús são a polícia espiritual das casas de Umbanda e que trabalham ligados às falanges das Sete Linhas de Umbanda que trabalham nos Templos. Por este motivo é que a presidência da Casa Branca de Oxalá e a sua Chefia Espiritual selecionam os médiuns que vão fazer a Obrigação de Exú. É um cuidado e um respeito tanto com eles como com os médiuns).

Cada médium que passa por esta Obrigação vai colaborar com eles acrescentando energia e equilíbrio ao trabalho que eles executam. É por este motivo que tantas vezes é falado que devemos ter cuidado com nossos pensamentos e pedidos pois eles são energias. Os Exús precisam das nossas energias positivas para que possam desempenhar melhor o seu trabalho.
Nota: Os médiuns que vão fazer a obrigação de Exú devem permanecer em estado de seriedade, afastando-se de bebidas, festas , que neste caso exercem uma atração para as almas desorientadas. A função da obrigação de Exú é basicamente para fazer com que o Exú assuma no campo a função principal de guardião do médium, desde que este se comporte a altura de sua amizade e respeito.

Bebidas
Gostam muito de bebidas voláteis e o aguardente está entre elas ao qual dão o nome de malafo ou marafo, conhaque, cerveja e outras bebidas fortes. As Pomba-giras gostam de anis e champanhe. Não há necessidade de o médium ingerir a bebida, pois a mesma pode ficar num copo e o Exú ou Pomba-gira trabalhar com a sua energia utilizando o conteúdo astral da bebida.
Comidas
Os Exús e Pomba Gira gostam de farofa, dendê, cebola, pimenta, limão, semente de mamona, e as Pombas Giras de enfeites e adornos, sem contar que gostam muito se suas oferendas enfeitadas com Rosas Vermelhas.
Alguns Nomes de Pomba Gira: Pomba Gira do Cruzeiro, do Cais, da Calunga, do Cemitério, Padilha, Mulambo, Cigana, Ciganinha, da Calunga, Maria Bonita , Rosa Maria, Maria Rosa, Maria Rita, Rosa vermelha, Rosa do cruzeiro, Sete Véus, Sete cravos, da Encruza..
Alguns Nomes de Exú : Sete Encruzilhadas, Veludo, Caveira, Tranca Ruas, Caveirinha, Exú Campina, Exú do Cruzeiro, Calunga, do Lodo, Lalu, da Madrugada, da Meia Noite, Mangueira, Mulambo, Mulambinho, Malandro, Malandrinho, Gira Mundo, Tiriri, Marabô, Sete Capas, Cadeado, dos Rios, da Cachoeira, dos Ventos ,da Praia, Quebra Galho, Sete Covas, Sete Catacumbas, Sete Luas, Sete Sombras, Três Punhais, Três Cruzes, Sete Chaves, Tranca Tudo, Tira Teima, Zé Pilintra e muitos outros.
Hierarquia dos Exús
Os Exús e Pomba-giras prestam obediência ao Chefe da Casa. No caso da Casa Branca é o Exú das Sete encruzilhadas.

EXÚ TRONQUEIRA
Não confundir o trabalho do Exú guardião com o trabalho do EXÚ TRONQUEIRA. O Exú Tronqueira é aquele que guarda o Terreiro e passa por uma triagem às pessoas que entram no Terreiro. Por isso a sua casa é colocada junto à porta de entrada e é a primeira a ser saudada. Todos devemos ter o máximo de respeito do Exú Tronqueira, pois se uma Gira corre bem e firme devemos agradecer principalmente a ele.

OS EXÚS, SEUS NOMES E SEUS SIGNIFICADOS OU REPRESENTAÇÃO
Conforme vimos, na Casa Branca de Oxalá, os Exús trabalham diretamente com as Sete Linhas de Umbanda, respondendo pela guarda dos trabalhos que são desenvolvidos pelas Entidades Trabalhadoras de cada Linha. O quadro abaixo traz para nós a vinculação dos Exús às Linhas e o significado do seu nome.



LINHAS
EXÚ GUARDIÃO
SIGNIFICADO DO NOME
OXALÁ
SETE ENCRUZILHADAS

Representa os diversos caminhos abertos em nossas vidas; representa ainda o livre arbítrio professado na religião de Umbanda e consequentemente nossa liberdade na escolha de nosso próprio caminho.
IEMANJÁ E NANÃ
MARABÔ

MA:Verdadeiramente RA:envolver ABÔ: proteção - Aquele que envolveu perfeitamente com sua proteção ou Salve aquele cuja força protege.
OMOLU
CAVEIRA

Representa nossa mais profunda transformação, aquela onde nossa parte material já se encontra em profunda degradação e, no entanto, nossa alma permanece em evolução.
OXOSSI E OSSÃE
SETE CAPAS

Representa o momento de transição final; é o Exú da hora da passagem; responsável pelo corte do cordão fluídico no momento final dos filhos de Umbanda.
XANGÔ E IANSÃ
TIRIRI

TI: com grande força RIRI: valor e mérito Aquele que protege com grande força aos que tem valor e mérito.
OXUM E OXUMARÉ
VELUDO

Representa a doçura, a delicadeza mas também a força, a resistência. Representa ainda a riqueza material e espiritual trazidas pela Linha à qual serve.
OGUM E IBEJI
TRANCA-RUAS

Representa um grande poder de defesa para aqueles que a ele se dirigem; defesa contra aqueles que nos desejam o mal, contra nós mesmos e contra aqueles pensamentos e ações que tendem a impedir nossa evolução.

BIBLIOGRAFIA
1-ESTUDO DA UMBANDA 1, 2, 3 E 4 DO CENTRO ESPÍRITA VOVÓ JOANA DA BAHIA.
RUA 126 Nº 148 – JARDIM DA PAZ – MAUÁ – RIO DE JANEIRO
2-UMBANDA – RELIGIÃO DO BRASIL- EDITORA OBELISCO
3-A UMBANDA BRASILEIRA- JOSÉ FONSECA
4-O CULTO DE UMBANDA EM FACE DA LEI- VÁRIOS UMBANDISTAS –RIO DE JANEIRO/1944
5-SELEÇÕES DE UMBANDA - BABALORIXÁ OMOLUBÁ
6-UMBANDA – SUA CODIFICAÇÃO -EDYR ROSA GUIMARÃES ALMIR S. M. DE LIMA
7-MAGIA DE UMBANDA -BABALORIXÁ OMULUBÁ
8-CADERNOS DE UMBANDA Nº 3 -BABALORIXÁ OMULUBÁ
9-GRAVAÇÕES FEITAS PELA VOZ DE ZÉLIO DE MORAES.E POSTERIORMENTE POR SUAS FILHAS ZÉLIA E ZILMÉIA.

FUNDAMENTOS DE UMBANDA

Sincretismo
Os negros nas senzalas cantavam e dançavam em louvor aos Orixás, entretando seus senhores não gostavam, e tentavam convertê-los a fé cristã. Aqueles que não se convertiam eram cruelmente castigados. Foi então que nasceu o sincretismo em que os negros africanos associaram os Orixás aos santos católicos de seus senhores. Embora aos olhos dos brancos eles estavam comemorando os santos católicos, na verdade estavam cultuando seus amados Orixás.
Os Fundamentos
Os fundamentos da UMBANDA variam conforme a vertente que a pratique.
Existem alguns conceitos básicos que são encontrados na maioria das casas e assim podem, com certa resalva e cuidado, generalizados para tudas as formas de Umbanda. São eles:
- A existência de uma fonte criadora universal, um Deus supremo, chamado Olorum ou Zamby; - A fraternidade, caridade e respeito ao próximo. Sendo a caridade uma máxima encontrada em todas as manifestações existentes; - O culto aos Orixás como manifestações divinas, em que cada Orixá controla e se confunde com um elemento da natureza do planeta ou da própria personalidade humana, em suas necessidades e construções de vida e sobrevivência; - A manifestação dos Guias para exercer o trabalho espiritual incorporado em seus médiuns ou "cavalos"; - O mediunismo como forma de contato entre o mundo físico e o espiritual, manifesta de diferentes formas; - Uma doutrina, uma regra, uma conduta moral e espiritual que é seguida em cada casa de forma variada e diferenciada, mas que exite para nortear os trabalhos de cada terreiro; - A crença na imortalidade da alma; - A Crença na reencarnação e nas leis cármicas (adaptadas a realidade Umbandista, que é diferente do Espiritismo);
Um Deus único e superior
Zâmbi, Olorum ou simplesmente Deus - Em sua benevolência e em sua força emanada através dos Orixás e dos Guias, auxiliando os homens em sua caminhada para a elevação espiritual e social. Infelizmente deve-se aos limites da linguagem humana a falta de precisão em conceituar o que seria Deus. Isto por que uma das características da Divindade Suprema é ser Infinito, sem medidas, o que remete apenas conhecer parcialmente sua “Natureza”.
Mormente cabe ao homem a aventura de tentar decifrar a “Divindade”, pela fé, pelo amor e pela razão e é sobre esta Grande Aventura Humana é que pretendemos falar.
Os Orixás
Os Orixás não são deuses como muitas pessoas podem conceber, assim como em outras religiões, mas sim divindades criadas por um único Deus: Olorun (dentro da corrente Nagô) ou Zambi (dentro da corrente Bantu).
Uma interpretação mais objetiva coloca os Orixás como manifestações de diferentes arquétipos universais, que seriam uma síntese de leis e princípios cósmicos e naturais, que representariam as diferentes manifestações da forças naturais expressos na forma de símbolos. Cada pessoa está ligada a um desses arquétipos (Orixás) e sua evolução deve seguir os padrões dessa síntese simbólica a qual a pessoa está relacionada.
Na UMBANDA Esotérica e Iniciática temos a seguinte interpretação:
Os Orixás são vibrações de Deus, vem Dele, mas não são Ele, são princípios irradiados da Suprema Inteligência, regem a Criação e a Evolução em todo
Oxalá, Ogum, Oxóssi, Xangô, Oxum, Iansã, Iemanjá, Obaluaiê, Nanã.
Referências
Africanas, Indígenas, Européias e Indianas. A UMBANDA é uma junção de elementos Africanos (Orixás e culto aos antepassados), Indígenas (culto aos antepassados e elementos da natureza), Brancos (o europeu que trouxe seus Santos e a doutrina cristã que foram sincretizados pelos Negros Africanos) e de uma doutrina Indiana de reencarnação, Kharma e Dharma, associada a concepção de espírito empregada nas três Raças que se fundiram (Negro, Branco e Índio).
A UMBANDA prega a existência pacífica e o respeito ao ser humano, a natureza e a Deus. Respeitando todas as manifestações de fé, independentes da religião.
A máxima dentro da UMBANDA é "Dê de graça, o que de graça recebestes: com amor, humildade, caridade e fé".
O culto umbandista
A UMBANDA tem como lugar de culto o templo, terreiro ou Centro, que é o local onde os Umbandistas se encontram para realização de suas giras, sessões.
O chefe do culto no Centro é o Sacerdote (a Bá, ou Iyalorixá, ou a Diretora de culto, ou Mestra, ou a Mãe de Santo - para o Sacerdote feminino; ou o Babá, Babalorixá, os Diretor de culto, o Mestre, ou o Pai de Santo - para o Sacerdote masculino) que é quem coordena as sessões/giras e que irá incorporar o guia chefe que comandará a espiritualidade e a materialidade do local dos trabalhos. Normalmente esse guia, que comanda, é um Preto-Velho ou Caboclo (varia de casa para casa, de Linha Doutrinária para Linha Doutrinária).
Os templos onde os "comandantes" são Pretos-Velhos seguem a corrente africana e os que têm os Caboclos como "comandantes" seguem a linha indígena. Mas, isso não é regra e pode variar de templo para templo.
As pessoas que recebem, incorporam entidades dentro dos terreiros, são ditos médiuns, aparelhos, cavalos ou "burros". Pessoas que têm o Dom de incorporar os Orixás e Guias.
"As entidades" que são incorporadas pelos médiuns podem ser divididas entre:
Falangeiros de Orixás: Xangô, Ogum, Oxum, Nanã, Iemanjá, Inhançã, Obaluaê, Oxumaré, entre outros.
Guias: Pretos-velhos, Caboclos, Boiadeiros, Crianças, Exus, Marinheiros e Orientais.
Kiumbas, espíritos sem luz: esses, normalmente, são incorporados quando se está fazendo algum descarrego ou quando existe algum obsediado no local.
As sessões
O culto nos terreiros é dividido em sessões, normalmente de desenvolvimento e de consulta, e essas, são sub-divididas em giras.
Os dias da semana que acontecem as sessões variam de Centro para Centro.
As sessões de consulta com Pretos-Velhos, onde as pessoas conversam com as entidades, afim de obter ajuda e conselhos para suas vidas, curas, desobsessões e para resolver problemas espirituais diversos. As ocorrências mais comuns nestas sessões são o passe e o descarrego. No passe, os Pretos-Velhos, rezam a pessoa energizando-a e retirando toda a parte fluídica negativa que nela possa estar. O descarrego, é feito com o auxílio de um médium, o qual, irá incorporar o obsessor, ou captar a energia negativa da pessoa. Então, o Preto-Velho faz com que essa energia seja deslocada para o astral. Caso seja um obsessor, o espírito obsediador é retirado e encaminhado para a luz ou para um lugar mais adequado no astral inferior; caso ele não aceite a luz que lhe é dada. Nesses casos pode-se pedir a presença de um ou mais Exus para auxiliar o Preto-Velho.
Nas sextas-feiras, ocorrem as giras de Caboclos, Boiadeiros, Orixás, Marinheiros, Pretos-Velhos, Crianças e Exus. Nessas giras são feitos os desenvolvimentos dos médiuns do terreiro. Nelas, são cantados os pontos e tocados os atabaques. As giras de Marinheiros e Exus são festivas, e, além de serem feitos os desenvolvimentos dos médiuns, são realizadas consultas com esses guias. Existem terreiros onde, além dos Pretos-Velhos, Marinheiros e Exus, também os Caboclos e Boiadeiros dão consultas e trabalham com o descarrego e a desobsessão.
Os dias de Consulta e/ou Desenvolvimento podem variar de casa para casa, de Linha Doutrinária para Linha Doutrinária. Normalmente são feitos as segundas-feiras e nas sextas-feiras; não sendo este parâmetro contado como regra.
Guias
Os espíritos que trabalham na UMBANDA são chamados de Guias.
Esses espíritos incorporam nos médiuns para poder realizar seu trabalho caritativo, assim como, dar orientações, executarem trabalhos de contra-magia e outros. Sempre em benefício dos viventes e desencarnados, trabalhando para o bem.
Na Umbanda, ao contrário do Candomblé, não se incorporam os Orixás, mas sim os ditos falangeiros, que são emanações dos Orixás, possíveis de serem captadas pelos médiuns e neles exercem influência em seus corpos e mentes.
Os Guias têm diferentes grupamentos, formando falanges de entidades afins, de mesma característica e roupagens. Assim temos os seguintes grupamentos na Umbanda:
Principais Guias:
·
Pretos-Velhos
Caboclo
Crianças
Boiadeiros
Marinheiros
Exus/ Pombas-Giras
Outras falanges trabalhadas em outras ramificações da Umbanda:
Baianos
Ciganos
Orientais
Mineiros
Cangaceiros
Médiuns
Médium é toda pessoa que têm a qualidade de se comunicar com entidades desencarnadas ou espíritos, seja pela mecânica da incorporação, pela vidência (ver), pela audição (ouvir) ou pela pscicografia (escrever movido pelos espíritos).
O médium veio com a responsabilidade e com o compromisso de servir como um instrumento de guias ou entidades espirituais superiores. Para tanto, deve se preparar através do estudo, desenvolvendo a sua mediunidade sempre prezando a elevação moral e espiritual, a aprendizagem conceitual e prática da Umbanda, respeitar os guias e Orixás, ter assiduidade e compromisso com sua casa, ter caridade em seu coração, amor e fé em sua mente e espírito, e saber que a UMBANDA é uma prática que deve ser vivenciada no dia-a-dia e não apenas no terreiro.
A mediunidade não deve ser vista ou vivenciada como um dom ou poder maior concedido ao médium , e sim como um compromisso e uma oportunidade que lhe foi dada antes mesmo da pessoa reencarnar. Por isso não deve ser encarada como um fardo ou um forma de ganhar dinheiro, mas como uma oportunidade valiosa para praticar o bem e a caridade.
Existem médiuns que acabam distorcendo o verdadeiro papel que lhes foi dado, e se envaidecem agindo de forma leviana em suas vidas. O médium deve tangir sua vida como um mensageiro de Deus, dos Orixás e Guias. Ter um comportamento moral e profissional dígnos, ser honesto e íntegro em suas atitudes, pois do contrário acaba atraindo forças negativas, obsessores ou espíritos revoltados que vagam pelo mundo espiritual atrás de encarnados desequilibrados que estão na mesma faixa vibracional que eles. Por isso, desenvolver a mediunidade é um processo que deve ser encarado de forma séria a regido através de um profundo estudo da religião e seguido pelo conceitos morais e éticos. Ser orientado e iniciado por uma casa que pratica o bem é essencial.
As pessoas que são médiuns devem levar sempre a sério suas missões e ter muito amor e dar valor ao que fazem, ter sempre boa vontade nos trabalhos de seu terreiro e na vida do dia-a-dia.
O médium deve tomar, sempre que necessário, os banhos de descarrego adequados aos seus Orixás e Guias, estar pontualmente no terreiro com sua roupa sempre limpa, conversar sempre com o chefe espiritual do terreiro quando estiver com alguma dúvida, problema espiritual ou material.
Sobre o estudo da mediunidade e do médium, pode-se utilizar como fonte para estudos a relação que existe abaixo, no ítem "Literatura Umbandista".
Alguns terreiros utilizam-se das obras Espíritas (codificadas por Allan Kardeque), porém, existe hoje vasta literaruta específica sobre Umbanda. As objeções ao uso dos livros doutrinários Espíritas é que embora sejam ambas as religiões de cunho mediúnico, existe grande divergência conceitual e doutrinário entre elas. Basta para isso, exemplificar a função e o trabalho dos Exus e Pomba-giras que, segundo a doutrina Espírita, estariam classificados como obsessores.
Polêmicas dentro das umbandas
Umbanda e Umbandas, os donos da verdade
Infelizmente todas as religiões têm divergências. Sejam de origem inter-religiosa (umas com as outras) ou intrarreligiosas (divergências internas dentro da mesma religião ou de um conjunto religiosa).
Na Religião de UMBANDA não é diferente. Existem diversas divergências, principalmente nas questões doutrinárias em que algumas vertentes tentam se apropriar da UMBANDA fazendo ver que sua visão ou sua forma doutrinária é a UMBANDA como um todo. Não se conformam que sua prática seja mais uma dentre tantas outras existentes. Elas querem impor sua visão, sua doutrina, suas práticas às outras formas de Umbanda.
Em decorrência do que foi exposto acima, podemos notar em várias publicações, sejam em livros ou mesmo em sites na Internet, a negação e a discriminação que existe. Afirmações de que isso é UMBANDA e de que aquilo não é Umbanda, ligada a forma de culto, ritos, utilização de elementos, como: se a casa usa atabaques, isso não é Umbanda; se a casa pratica rituais de sacrifício animal, isso não é Umbanda; se a casa trabalha no culto aos Orixás e na sua incorporação, isso não é Umbanda; se a casa trabalha com Exus e Pomba-giras, isso não é UMBANDA etc.
Como podemos ver existem várias polêmicas, mas todas são fruto de manifestações de grande falta de respeito e ignorância a respeito das diversas formas de UMBANDA que existem. Discriminar essa ou aquela forma só porque a mesma é diferente da nossa, ou porque ela utiliza esse ou aquele ritual ou elemento, é discriminação, pois quem garante que aquilo que praticamos como UMBANDA é ou não é Umbanda?
A grande realidade é que cada forma é rica em si mesma, e o respeito deve ser algo que deveria estar presente na mente de cada Umbandista, independente de sua doutrina, seus ritos, suas práticas.
Se os umbandistas começarem a se respeitar e passar por cima dos precenceitos internos existentes, se começarem a ver o outro como a si mesmos e o entenderem (uso da alteridade), poderemos um dia chegar a um patamar de união e de respeito mútuo. Fortalecendo cada vez mais a religião de UMBANDA como um todo: união na diversidade, o respeito às diferenças.
Sacrifício Ritual de animais
Existem várias ramificações dentro da Religião de Umbanda.
Algumas ramificações ou vertentes não fazem Sacrifício Ritual de Animais, porém, outras vertentes têm essa prática (normalmente as de cunho africanista). O próprio Cabloco das Sete Encruzilhadas (de Zélio Fernandino de Moraes), segundo reportagem publicada na Revista Espiritual de UMBANDA feita com as filhas de Zélio, relatam que uma vez por ano era sacrificado um porco para o Orixá Ogum. Dessa forma, podemos notar que o Sacrifício Ritual de animais é uma prática normal dentro de vários terreiros de Umbanda, variando ou não existindo de acordo com a orientação de cada casa.
Cada cultura religiosa dentro da UMBANDA têm seus fundamentos e o Sacrifício Ritual Animal é um deles, embora não seja comum a todas as tradições Umbandistas.
Uso de bebidas alcoólicas
Também encontramos terreiros dos seguintes tipos:
Os em que as entidades incorporadas não usam bebidas (muitas vezes por questão do próprio médium não estar preparado para este tipo de trabalho com bebida) criando uma espécie de tabu.
Os em que elas bebem durante os trabalhos (tanto os que fazem o uso correto deste elemento, como os que abusam disto sem necessidade)
Os que usam bebida em situações mais veladas (existindo um certo rigor quanto a sua utilização buscando coibir abusos de médiuns ainda em preparação)
Toda esta controvérsia é gerada pelo uso que as pessoas fazem das bebidas alcoólicas na vida diária, muitas vezes caindo no vício do alcoolismo, trazendo consequências graves para sua vida material e espiritual. Ocorre que médiuns predispostos ao vício podem, ao invés de atrairem espíritos de luz, afinizarem com espíritos de viciados que já morreram. Note que o álccol é um elemento usado na magia para trabalhos para o bem, mas abusos nunca são tolerados e exibicionismo não são sinais de incorporações de luz.
Vestimenta
Na umbanda usa-se como roupagem para os médiuns apenas roupa branca e descalço, representando a simplicidade e humildade. Pode ocorrer de uma preta velha solicitar uma saia ou um lenço para amarrar os cabelos, para neste caso, em um terreiro de trabalho assistencial (muita prática e pouco esclarecimentos para os filhos de fé) há essa necessidade de se parecer como um preto-velho, ou um índio, para que o médium pareça mais a entidade que o está incorporando. Na umbanda original por exemplo, aquela trazida pelo Caboclo das 7 Encruzilhadas (incorporado no médium Zélio de Moraes), não é comum o uso de fantasias, adornos, enfeites, objetos brilhantes e coloridos, ou afins, como se verifica no candomblé ou kimbanda por exemplo, onde cada qual segue sua ritualística. Podendo haver também, dentro de um mesmo segmento religioso, influências dos seus dirigentes, podendo furtar-se aos fundamentos da religião em que se encontra. Deve-se atentar quando algumas manifestações sejam influência do próprio médium ou de sua entidade. Mas uma outra visão sobre a vestimenta e apetrechos materiais utilizados pelos médiuns é de que são usados pelos espíritos como condensadores de energia, um modo de concentrar a energia e depois enviá-la se positiva ou dissipá-la no elemento apropriado quando negativa.
Hino da Umbanda
Refletiu a luz divinaEm todo o seu esplendorVem do reino de OxaláOnde há paz e amorLuz que reflete na terraLuz que reflete no marLuz que veio de AruandaPara tudo iluminarA UMBANDA é paz e amorUm mundo cheio de luzÉ a força que nos dá vidaE à grandeza nos conduzAvante! Filhos de féComo a nossa lei não háLevando ao mundo inteiro a bandeira de OxaláLevando ao mundo inteiro a bandeira de Oxalá.Hino da Umbanda.Autor: J. M. Alves - 1960
Ligações externas
A Origem da Palavra Umbanda
A Origem da Umbanda
Conceitos da Umbanda
Controvérsias na origem da Umbanda
Esclarecimentos sobre a Umbanda
História, Conceitos e Definições da Umbanda
Magia na Umbanda
O Ritual
Pequeno glossário de termos utilizados na Umbanda
Vídeos sobre Umbanda

HINO DA UMBANDA

Refletiu a luz divina
Com todo seu explendor
Vem do reino de Oxalá
Onde há paz e amorLuz que refletiu na terra
Luz que refletiu no mar
Luz que veio de Aruanda
Para todos iluminar
A Umbanda é paz e amor
É um mundo cheio de luz
É a força que nos dá vida
E a grandeza nos conduz
Avante filhos de fé
Como a nossa lei não há
Levando ao mundo inteiro
A bandeira de Oxalá
Levando ao mundo inteiro
A bandeira de Oxalá

ORAÇÃO DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS





Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz. Onde houver ódio, que eu leve o amor, Onde houver ofensa , que eu leve o perdão, Onde houver discórdia, que eu leve a união, Onde houver dúvida, que eu leve a fé, Onde houver erro, que eu leve a verdade, Onde houver desespero, que eu leve a esperança, Onde houver tristeza, que eu leve a alegria, Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, fazei que eu procure maisconsolar que ser consolado; compreender que ser compreendido, amar, que ser amado. Pois é dando que se recebeé perdoando que se é perdoado e é morrendo que se nasce para a vida eterna...

SALVE OS COMPADRES E COMADRES





QUANDO FALAMOS EM EXUS LOGO VEM A CABEÇA DE QUEM NÃO OS CONHECEM QUE SÃO ENTIDADES SEM LUZ AS QUAIS FAZEM QUALQUER COISA POR UMA VELA OU UMA GARRAFA DE CACHAÇA.ISSO SE DEVE A CASAS QUE PRATICAM COISAS ASSIM;ENTRETANTO DEVEMOS ESCLARECER QUE O EXU NÃO FAZ NADA POR CONTA PRÓPRIA.ELE NÃO TEM AUTONOMIA,PORÉM RECEBE ORDENS DIRETAS DO ORIXÁ.MAS QUEM É QUE FAZ O MAL E ACEITA DESMANCHAR CASAMENTOS,FAZ ABORTOS E PREJUDICA AS PESSOAS? QUEM FAZ ISSO SÃO OS PERIGOSOS QUIUMBAS.SÃO ESPÍRITOS QUE NÃO ESTÃO DE ACORDO COM A LEI.PARA ELES NÃO IMPORTA O MERECIMENTO DE QUEM OS PROCURA MAS SIM A VONTADE DE SATISFAZER SEUS PRÓPRIOS DESEJOS.POR ISSO PEDEM SANGUE.UM EXU DE LEI VAI AGIR SEMPRE EM CONFORMIDADE COM OS ORIXÁS E SABERÁ O QUE É CERTO E O QUE É ERRADO;POR OUTRO LADO O QUIUMBA NÃO SE IMPORTA EM MATAR SE ELE PUDER,NÃO SE IMPORTA EM PROVOCAR UM ABORTO IMPEDINDO A EVOLUÇÃO QUE AQUELE ESPÍRITO IRIA TER AO VIR AO MUNDO.



AMADOS IRMÃOS NUNCA ESQUEÇAM A LEI DO RETORNO. O QUE AQUI SE FAZ AQUI SE PAGA.DESEJEM AOS OS OUTROS O QUE VOCÊS QUEREM PARA SI.



NUNCA SE COMPROMETAM COM ESPÍRITOS NÃO EVOLUÍDOS,POIS OS MESMOS SEMPRE EXIGIRÃO DE VOCÊS CADA VEZ MAIS E MAIS E POR FIM IRÃO VAMPIRIZÁ-LOS LEVANDO-OS A DESTRUIÇÃO.



PORTANTO QUANDO CONSULTAREM COM UMA ENTIDADE QUE SE DIZ SER UM EXU PROCUREM SABER SE ELE É EVOLUÍDO.SE ELE SABE DISTINGUIR O BEM DO MAL.EXU E POMBAGIRA SÃO ENTIDADES EM EVOLUÇÃO E PRECISAM PRATICAR O BEM PARA EVOLUÍREM.FUJA DAS ENTIDADES QUE NÃO ENSINAM O BEM E QUE NÃO RECONHECEM QUE DEUS É SUPREMO E SOBERANO.



OS EXUS VÊM À UMBANDA APENAS PARA EVOLUÍREM.NUNCA PARA FAZER O MAL AINDA QUE ALGUÉM SEJA MERECEDOR.



LEMBRE-SE DAS PALAVRAS QUE JESUS NOS ENSINOU:



"PAI,PERDOA NOSSAS OFENSAS ASSIM COMO NÓS PERDOAMOS A QUEM NOS TEM OFENDIDO".



ENTÃO EXU É UMA ENTIDADE DO BEM.QUIUMBA NÃO.



QUE A GRAÇA DE OXALÁ SEJA COM TODOS.